sexta-feira, 9 de março de 2012

Arte Islâmica

Neste capítulo eu abordo um pouco sobre a Arte Islâmica no que tange a artes visuais e arquitetura. E, ainda, apresento uma definição sobre Arabescos.



2 ARTE ISLÂMICA


De acordo com Santana, (http://www.infoescola.com/artes/arte-islamica), Maomé, rico comerciante de Meca, após uma suposta revelação divina, tornou-se o grande profeta muçulmano, dando origem ao Islamismo. Religião monoteísta sofreu resistências das tribos árabes que até então eram politeístas. Em decorrência disso, Maomé passou a ser perseguido e teve que se refugiar em Medina, no ano de 622, - evento conhecido como hégira – marcando o início do calendário muçulmano.

A partir do século VII esta cultura religiosa, disseminou-se pela Arábia e por vários países da Europa e da Ásia, entre eles a Espanha, a Índia e outros.

O Portal Brasil Escola (http://www.historiadomundo.com.br/arabe/arquitetura-arabes.htmafirma, à medida que se expandiu, o Islã assimilou as distintas tradições culturais e artísticas dos povos conquistados. Obteve assim, um estilo artístico próprio, com algumas variações dependendo das áreas climáticas, bem como, dos materiais disponíveis.

No Alcorão, é marcante a herança linguística da literatura árabe. O Portal Brasil Escola (http://www.historiadomundo.com.br/arabe/arquitetura-arabes.htm) comenta ainda:

A importância desse livro na cultura islâmica e na estética da escritura arábica contribuiu para o desenvolvimento dos estilos decorativos caligráficos em todos os campos da arte islâmica. A palavra escrita, especialmente as inscrições do Alcorão, tinha uma importante função decorativa nas mesquitas e em seus objetos litúrgicos.




pode-se destacar como principais características do povo muçulmano:

* a fidelidade aos princípios do Alcorão;

* a valorização da arquitetura;

* o aniconismo (recusa da representação figurativa na pintura e na escultura);

* a tendência para a geometria (presente na arquitetura pela configuração das plantas e pela organização volumétrica das construções e nas restantes artes, sobretudo na decoração constituída por arabescos);

* a atenção dedicada às artes aplicadas como a cerâmica, os azulejos, os estuques decorativos e os tapetes;

* o gosto pela exuberância e pelo luxo (visível na variedade de materiais, na ornamentação e na policromia dos interiores).

Para Santana (http://www.infoescola.com/artes/arte-islamica), a arte islâmica abrange a literatura, a música, a dança, o teatro e as artes visuais de uma vasta população do Oriente Médio que adotou o Islamismo. Conforme mencionado anteriormente, percebe-se a influência das civilizações pré-islâmicas, dos povos conquistados assim como a produção artística marcada pelas questões religiosas.

O destaque no presente trabalho será para as artes visuais.



2.1 Artes visuais

As artes visuais islâmicas possuem uma variedade de estilos e o uso de técnicas eficazes além de serem decorativas e coloridas, constituídas em grande parte por elementos geométricos e arabescos. Mas também é possível encontrar diversas expressões de imagens animais e humanas, que prevalecem especialmente em contextos profanos. O que o Alcorão condena é o culto de imagens.

Os arabescos e os manuscritos eram utilizados tanto na arquitetura quanto na decoração de objetos.



Imagem 1 – Utilitário em arabesco

Fonte: http://kelli-homeniuk.blogspot.com/2009/08/arte-islamica-desvendando-o-principio.html


A produção de cerâmicas, os vidros, a ilustração de manuscritos e o artesanato de madeira e metal também foram muito importantes na cultura islâmica.

De acordo com o Portal Brasil Escola (http://www.historiadomundo.com.br/arabe/arquitetura-arabes.htm) uma das manifestações artísticas mais admiráveis na arte islâmica foi a cerâmica, principalmente a decoração da louça de barro esmaltado, na qual se pode constatar um grau de inovação e criatividade comparável ao das artes plásticas de outras culturas.

Os artistas muçulmanos desenvolveram novas técnicas e produziram vidro talhado, vidro brilhante pintado e vidro estampado.

Santana (http://www.infoescola.com/artes/arte-islamica), descreve que, a ilustração de manuscritos é igualmente muito reverenciada nos países árabes e a pintura em miniatura foi a maior e mais característica manifestação artística do período que se seguiu às invasões dos mongóis (1220-1260). O Islã considera a palavra escrita o meio por excelência da revelação divina. Por essa razão, a arte caligráfica se desenvolveu de forma rica e complexa, empregando uma ampla variedade de caracteres cursivos.

Para o Portal Brasil Escola (http://www.historiadomundo.com.br/arabe/arquitetura-arabes.htm), a escrita cúfica, apropriada para ser lavrada na pedra, aparece nos primeiros manuscritos do Alcorão. No período seldjúquida, surgiu a escrita naskh, mais cursiva e fluida. Os dois estilos foram utilizados na arquitetura e em peças decorativas.

Imagem 2 – Escrita cúfica e escrita naskh

Fonte: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=312

Além de seu emprego decorativo na arquitetura, a madeira foi trabalhada como material de outras artes aplicadas. Nos palácios e em peças de mobília, tal como os biombos.

As caixas de marfim talhado e os dentes de elefante abundavam na corte fatímída, tradição que continuou na Sicília muçulmana. Neles, eram representados cortesãos, animais e vegetação.

Alguns dos objetos de bronze islâmicos no princípio adotaram as formas sassânidas, mas o período fatímida produziu objetos de bronze com forma animal. Entre os objetos mais importantes encontram-se os candieiros, taças e jogos de jarra e bacia para lavar as mãos com incrustações de prata e ouro, inscrições e motivos abstratos e figurativos.

Santana (http://www.infoescola.com/artes/arte-islamica), comenta que a pintura islâmica é expressa por meio de afrescos e miniaturas, em geral empregadas na decoração das paredes dos palácios ou de edifícios públicos. Seus temas abrangiam episódios de caça e do cotidiano da corte. O estilo era similar ao da pintura helênica, com influências da Índia, da cultura bizantina e também da chinesa.



2.2 Arquitetura islâmica


Pontes (http://umolharsobreomundodasartes.blogspot.com) destaca que, as cidades tinham edifícios voltados para dentro e eram constituídas por partes distintas: a medina (núcleo principal) onde se agrupavam a mesquita, a madrasah (escola para estudantes do Islã) e o palácio; o soukh (mercado), rodeado por ruas estreitas e sombrias, onde não faltavam o caravansar ou alhóndiga (espécie de pousada-armazém-estábulo para comerciantes de fora), e os banhos públicos, análogo ao estilo romano; e a alcaçaria (zona de administração da cidade).


Imagem 3 – Madrasa Masjid-i-Sha, de Isfahan, construída entre 1612 e 1637. A cúpula é um dos exemplos de azulejaria mais delicados do mundo.


Segundo Santana (http://www.infoescola.com/artes/arte-islamica), as técnicas variavam de acordo com as etapas históricas e os territórios onde se desenvolviam. Em geral as mesquitas seguiam o mesmo padrão – um átrio e uma sala para orações – mas, possuíam decoração e formas diversificadas. No Irã, por exemplo, utilizava-se o tijolo e o que se chama de iwans, formas específicas e o arco persa. Já na Península Ibérica havia uma opção por uma arquitetura colorida, enquanto na Turquia a influência bizantina manifestava-se através da presença de grandes cúpulas nas mesquitas.


Imagem 4 - Mesquita Azul, em Istambul, na Turquia, 1916

Pontes (http://umolharsobreomundodasartes.blogspot.com) descreve que os palácios, centro político e administrativo, morada de reis e príncipes, possuíam uma planta quadrada e um grande número de aposentos, dispostos de forma labiríntica em torno de um pátio interior aberto, também quadrangular. Eram decorados por fontes e jardins e fechados por muros altos, entremeados por torres de vigia, parecendo exteriormente autênticas fortalezas.

Para o Portal Brasil Escola (http://www.historiadomundo.com.br/arabe/arquitetura-arabes.htm), outro edifício importante no Islã é o mausoléu, onde eram sepultados os governantes como símbolo de seu poder terreno.



Imagem 5 - Mausoléu do imperador Akbar

Fonte: http://umolharsobreomundodasartes.blogspot.com/2009/05/arte-medieval-arte-islamica-muculmana-e.html

Ainda segundo Pontes (http://umolharsobreomundodasartes.blogspot.com) as coberturas mais utilizadas foram as abóbadas e as cúpulas embora algumas construções apresentassem tetos planos em madeira, muitas vezes artesoados (com uma espécie de moldura) e/ou com decorações como as muqarnas (saliências com efeito de "escada").

Os cerâmicos (mosaicos, ladrilhos e azulejos), de terracota, estuque, madeira, mármore e pedra eram usados como elementos decorativos nos edifícios islâmicos.     

            Os motivos utilizados possuíam formas vegetais (cachos, folhas, flores), geométricas (fitas entrelaçadas e formas estreladas, poligonais) epigráficas (a escrita árabe foi largamente utilizada uma vez que não se podia utilizar a figura humana) e mistas (variando entre vegetais, geométricas e epigráficas).



2.3 Arabescos


Conforme visto, arabesco é um ornato característico da decoração islâmica.

         De acordo com Silva (http://www.veiasdahistoria.blogspot.com), o termo arabesco surgiu na Itália, durante o século XVII, para se referir aos desenhos com padronagens geométricas vistos basicamente na arquitetura islâmica e em tapetes persas.

Originado com os artesãos helênicos da Ásia Menor, em torno do século III a.C. esse estilo decorativo foi adaptado e consagrado pelos artistas árabes que o adotaram a partir do século XI d.C.

Os arabescos tornaram-se uma das marcas registradas da ocupação da Península Ibérica pelos mouros, entre os séculos VIII e XV, e mais tarde, tiveram forte influência em estilos artísticos europeus como o barroco e o art nouveau.  

Para os Muçulmanos, essas formas em conjunto, simbolizam o infinito, que se estende ao mundo espiritual abrangendo a criação do Deus único (Alá).

          Ainda para Silva (2011), suas formas são quase sempre abstratas, com raríssimas exceções figurativas (geralmente flores, frutas e plantas entrelaçadas). A lei islâmica, proíbe qualquer representação da figura humana e de outros animais uma vez que, segundo o Alcorão, somente Alá tem o poder de dar forma aos seres vivos.

Para tanto, podemos considerar que arabesco é uma elaborada combinação de formas geométricas e abstratas que emprega desenho de flores, frutos e folhagens produzindo curvas entrelaçadas.


Fiquem atentos ao próximo capítulo que tratará da Azulejaria...

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